Centro-Oeste

Cavalcante: Chapada dos Veadeiros que poucos conhecem

Quem acompanha o Leve na Viagem a mais tempo deve se lembrar que sempre houve um caso de amor sério pela Chapada dos Veadeiros. Pertinho de Brasília, onde nasci e fui criada, a Chapada é minha segunda casa. Tenho uma relação emocional gigantesca com esse paraíso natural. De fato, vivi mil aventuras inesquecíveis. Pra tentar compartilhar um pouquinho das coisas incríveis de lá com vocês, hoje vocês conhecerão Cavalcante! Um dos mais famosos destinos da Chapada e que é surreal. Vem comigo :

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Cavalcante: onde fica e como chegar

Um pouco mais alternativa, Cavalcante é uma das bases mais distantes da Chapada. Está a aproximadamente 90km de Alto Paraíso e 315km de Brasília. Para ir, o ideal é sair de carro a partir de Brasília e pegar estrada de carro pelas rodovias que conduzem ao destino. De carro, a viagem dura em média 4 horas. Pousando em Brasília, você pode alugar o seu carro pela RentCars, que é super confiável e tem ótimos preços. Os principais atrativos de Cavalcante são as cachoeiras e o ecoturismo, sendo a cidade em si muito comum.

Agora em 2022, fui em Cavalcante após 12 anos, a trabalho, e posso dizer que foi como reviver uma parte da minha vida de uma forma ainda mais bonita. Nos destaques do Instagram tem tudo sobre essa viagem incrível, mas aqui no post vocês vão ver tudo que pude trazer! Adianto que, por amar roteiros alternativos, trago aqui lugares e possibilidades que vão muuuito além da Cachoeira Santa Bárbara. Vamos nessa?

Veja aqui todos os posts sobre a Chapada dos Veadeiros!

O que fazer em Cavalcante? Veja um roteiro completo

1º dia de Cavalcante: Complexo do Prata

O Complexo do Prata fica na Fazenda Ouro Fino. Para entrar, há duas portarias: uma dá acesso apenas às cachoeiras Rei e Rainha do Prata e outra que dá acesso a todas as cachoeiras do local. As cachoeiras, aliás, são extraordinárias, de águas cristalinas e esverdeadas. É obrigatória a contratação de guia! Eu fui com a Jaque (@jacquesegantini) e foi uma experiência ímpar. A melhor época para ir é entre abril e setembro!

  • Não precisa de 4×4;
  • Obrigatória a contratação de guia;
  • 63km de estrada de terra;
  • R$ 40 para visitar Rei e Rainha do Prata, R$ 50 para visitar as demais e R$ 90 para ver todas;
  • 14,5km de trilha (ida e volta).

Trecho 1

A primeira parada é na Pratinha, uma queda curta, com poço para banho e água limpíssima. Ela pode ser visitada na ida ou na volta, porque fica bem pertinho. Já a segunda parada é no Vale de Marte. A parte mais interessante é, sem dúvida, poder passar pelo buracos debaixo d’água, que são bem rasinhos. É lindo, de uma beleza de tirar o fôlego! Super transparente. Veja, na foto abaixo, a nitidez com que se vê as pedrinhas do fundo!

Cachoeira da Pratinha

Em seguida, a parada é feita na Cachoeira de Três Marias. Ela foi batizada dessa forma porque possui três quedas dentro de um pequeno Cânion. Dá pra pular, curtir um banho delicioso e ainda aproveitar uma deliciosa massagem, pois as quedas são bem fortes. É um cenário paradisíaco, pois o contraste entre os paredões rochosos com as águas esverdeadas tiram o fôlego.

A quarta parada é SURREAL! É o Poço Esmeralda, e você entende perfeitamente o porquê desse nome quando se depara com ele. É extraordinário de lindo, super cristalino, a ponto de ser possível ver completamente o fundo dele, com as pedrinhas e peixinhos. E um bônus: a água tem uma temperatura super agradável.

Trecho 2

Após o Poço Esmeralda, há uma caminhada de aproximadamente 4km até a próxima atração. Aqui, friso ser IMPRESCINDÍVEL levar boné, viseira ou algo do tipo. A trilha é fácil, mas é debaixo do sol rachando do cerrado, o que demanda proteção.

Recomendo sempre os produtos da The North Face, que além de serem de qualidade inquestionável, é parceira do blog e garante a você 10% de desconto com o cupom levenaviagem. Além de boné, lembrar sempre do protetor solar e da água, porque a desidratação é um dos maiores inimigos de nós, trilheiros.

Depois dos 4km, a gente chega, enfim, ao Rei do Prata! Esse é o principal atrativo do complexo, que é formado por sobre um corredor de floresta, o que forma um caldeirão verde esplêndido! É indescritível tudo o que esse lugar tem de beleza, sendo cercado por paredões verticais muito bons para quem curte escalada. A cachoeira não tem queda alta, mas o que faz da atração uma coisa de outro mundo é, de fato, a paisagem de outro mundo!  Tem um poço de banho muito bom e rende muitas fotos boas.

Por fim, tem também a Rainha do Prata, que tem um acesso mais difícil, mas que, ainda assim, vale muito a pena conhecer.

Dia 2: Cachoeira Santa Bárbara, Candaru e Capivara

Para conhecer Santa Bárbara, você entra pela comunidade Kalunga. Na chegada, há toda uma estrutura com centro de atendimento ao turista, banheiros, lojinha e o local de pagamento de transporte pras cachoeiras, que é um pau de arara. Dá pra comprar por esse link, que permite escolher o horário para visitar cada cachoeira!

O guia é obrigatoriamente kalunga para o Complexo de Cachoeiras do Engenho II, e eu fui com o Daniel Maia, kalunga da comunidade Vão das Almas. Ele é super concorrido, porque além de guia, tira fotos excelentes! Recomendo demais, viu? A gente começou indo pela trilha para a Cachoeira da Capivara, pois o pau de arara para Santa Bárbara só começa a partir das 9 da manhã. Vale muito a pena. A trilha dura 3,6km e muito deliciosa de ir.

Cachoeira Capivara

Após descer do pau de arara, há 1,8km de trilha debaixo do sol quente, num terreno descampado, de cascalho, mas com a paisagem exuberante que só a Chapada dos Veadeiros tem. Enfim, chega-se à Santa Bárbara, que todos já sabemos ser indiscutivelmente linda. No entanto, como é muito famosa, vive cheia. Se você, assim como eu, prefere lugares mais vazios, as dicas alternativas do roteiro são mais interessantes. Tem limite de 40 pessoas.

Cachoeira Santa Bárbara

Fomos pra Candaru depois! Aí sim houve conexão e foi possível curtir DEMAIS! Cachoeira fria, linda e só pra mim. Juro, não tem como não amar aquele recanto lindo. Valeu a pena demais ter pago o passeio completo. Para Candaru, só dá pra ir de pau de arara também, que custa R$ 30 por pessoa.

  • Não precisa de 4×4;
  • Obrigatória a contratação de guia;
  • 26km de estrada de terra;
  • R$ 43 para visitar Capivara, R$ 43 para Candaru e R$ 55 para Santa Bárbara. Para visitar todas, R$ 132;

Dia 3: Complexo de Águas Lindas + Canjica!

Já adianto que esse é O lugar! Que trilha maravilhosa, minha gente.. Bom, para ir pra lá, o guia é obrigatório. Fomos guiados pela incrível Amanda, que é mágica com seus óleos essenciais. O Complexo fica a 75km de estrada de terra de Cavalcante, com 10km de trilha moderada. É linda de uma forma sem igual. Se vocês querem água transparente, não há outro lugar tão bom quanto esse. Juro! É um misto de azul e verde de tirar o fôlego, sabe? Nem mesmo as fotos são capazes de reproduzir tanta beleza.

A cachoeira Canjica é o ponto final da trilha. Abriu ao público há cerca de 4 anos, e é a única visitação dessas todas que citei aqui que exige carro alto, pois o cascalho vira areia. A entrada ali custa R$ 50 e tem o diferencial incrível de ter uma piscina de borda infinita, água cristalina e uma trilha muito boa. Fale que a caminhada se dá por uma trilha linda e que em alguns trechos a caminhada é por pedras e leito de rio. Por isso, nível intermediaria. Ao longo da caminhada tem diversos poços de água cristalina, difícil escolher qual parar e mergulhar

Gente, sério, dá uma olhada no Reels que eu fiz no Instagram desse lugar. Não tem como descrever!

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Dia 4: Ponte de Pedra

Um lugar lindo, de visual maravilhoso e energia sem igual. Foi um lugar que já havia conhecido anos atrás e fiquei muito empolgada para revisitar. São 5km ida e volta, numa uma trilha moderada, de muita subida na ida. Custa R$ 30 para entrar. A Ponte de Pedra recebe esse nome lindo porque tem um paredão que, de fato, parece uma ponte. O trajeto é por meio de pedras e água! E, por incrível que pareça, a água não é assim, tão gelada quanto parece! Que experiência surreal, sério. Como vale a pena, viu? Olha esse Reels que fiz de lá!

E a gente ainda visitou um lugarzinho exclusivooo! O lance é que não há trilha por ali, por isso só o guia Negão, que é dono da pousada Varandas da Serra, sabe conduzir a gente. Ele visita o lugar desde os 15 anos, mas havia 6 que não ia. O que significa que a trilha estava bem selvagem, com direito a corte de galhos e tudo o mais. A gente chega à boca da caverna depois de uma trilha árdua, e não acaba! Pra atravessar a caverna, é preciso ir por dentro da água.

Onde comer?

Até postei no story que o Restaurante Flor do Cerrado é excelente. Não só pela comida deliciosa, como também pelos preços que são muito bons. Uma picanha na chapa é R$ 70, enquanto um prato individual de Filé Mignon à Parmegina é R$ 34. Há, além disso, pratos vegetarianos para os que são adeptos da prática!

Na Varanda da Serra, pousada que falo a seguir, também há alimentação, especialmente um frigobar em que os preços de cerveja e vinho são muito bons! Além disso, tem alguns outros restaurantes bacanas demais por lá, que recomendo muito.

Onde ficar em Cavalcante?

A minha hospedagem foi na Varanda da Serra, pousada incrivelmente linda, silenciosa e confortável, no pé da Serra de Santana, totalmente cercada de natureza. Está a 3km de estrada de terra da praça principal de Cavalcante, pertinho da Ponte da Pedra. Toda a viagem é a minha cara, mas eu confesso que essa acomodação é totalmente a cara do Leve na Viagem. Ela é toda decorada em tons quentes, com um monte de amarelo e laranja, e bem rústica! Diz se tem como não amar?

O quarto em que fiquei era muito bom, numa pegada rústica: além da cama de casal e do banheiro privativo, contava com uma espécie de varandinha, com direito a poltronas e rede, bem de frente pro cerrado! Com privacidade e muito conforto. Super bem equipado, com ar condicionado e frigobar, e destaco o banheirão: enorme, com espelhos, box de vidro grande e muito espaço pra aproveitar bem.

Por fim, pra fechar com chave de ouro, há na propriedade uma piscina natural cuja água vem da nascente que fica pertinho da pousada. Além disso, há também trilhas que dão acessos à incríveis mirantes com vista 360º das serras que compõem o cenário de Cavalcante. Absolutamente impossível não se apaixonar pelos detalhes desse lugar. Vale a pena DEMAIS a estadia no Varanda da Serra.

Cavalcante: muito mais que Santa Bárbara

De fato, Cavalcante é uma grata surpresa. Primeiramente porque esconde muitas coisas lindas. Em seguida, temos ali o que são provavelmente as mais bonitas paisagens da Chapada. Por fim, ainda podemos dizer que é um destino que pode ser muito acessível. Se acaso você quer uma viagem de baixo custo, é super possível de fazer. Lembra sempre do planejamento de viagem.

Cavalcante é, enfim, um destino paradisíaco no cerrado brasileiro. Conheço a Chapada desde os meus 15 anos e não troco por nada! É, de fato, minha segunda casa.

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Luísa Pires

Luísa Pires é licenciada e pós graduada em Letras, atuando desde 2018 na redação do Leve na Viagem. Amante de livros, viagens e das descobertas de novas aventuras.

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