Paraná

Trekking do Pico Paraná, o que eu não sabia antes de ir e você precisa saber!


A Montanha mais alta do sul do Brasil está no Paraná e tem 1877 m de altura. Nem é a das mais altas quando comparamos com outras aqui do país, mas em termos de dificuldade…. Não sou expert no assunto, mas diante de outros trekkings e montanhas que já fiz e subi, essa, sem dúvida, foi a trilha mais complicada. O mais curioso é que não encontrei muitas informações de pessoas que já tinham ido relatando das dificuldades da trilha. Fala-se muito da beleza, da experiência, do clima. Mas do trekking do Pico Paraná mesmo, pouco se lê. Por isso, resolvi escrever esse post de forma detalhada para que você, interessado em ir lá, saiba o que encontrará no caminho.

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Possibilidades de trekking do Pico Paraná

Bate e volta

Eu considero super pesado, porque é REALMENTE cansativo. O lado bom é que estará com mochila de ataque e com menos peso tudo fica mais fácil e menos sofrido. Nesse caso, você precisa se preocupar em levar basicamente: comida, capa de chuva, kit primeiros socorros e água.

Pernoite na montanha

Nessa opção, você pode fazer a trilha mais tranquilamente, mas ao mesmo tempo terá que levar tudo o que precisa pra sobreviver à noite. Indico a Amazon com bons preços e as melhores marcas de tudo o que você imaginar para o mundo de trilha, trekking e aventura e a The North Face, uma das maiores marcas do mundo outdoor, que tenho o prazer de ser embaixadora e com isso você ganha 10% de desconto em qualquer compra com o cupom levenaviagem!

Como chegar

O Pico Paraná está a cerca de uma hora de carro de Curitiba, mais precisamente em Antonina. O ideal é alugar um carro e ir por conta própria até a Fazenda Pico Paraná.
Para chegar lá, pegue a BR 116 sentido Curitiba – São Paulo, passe o pedágio e fique atento no km 46, exatamente no início da ponte que passa pelo Rio Tucum. Em uma entrada sem sinalização e de estrada de terra, você entrará rumo à fazenda e serão 5,5 km até ela. Nessa estrada de chão, fique atento às placas que levam até a entrada da trilha, na segunda bifurcação você deverá virar à esquerda, sentido mercadinho. Depois de 2,7 km você chegará à fazenda. Estacione o carro, dê entrada com seus dados, respire fundo e alongue-se. O batidão vai começar.
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Quando ir

No inverno, a probabilidade de chuva diminui e isso é um ótimo sinal. Trilha seca é trilha mais segura. O lado ruim é que o frio aperta e dói de madrugada. Já passei um frio na travessia petro-tere que fiquei um pouco traumatizada.
No verão, as chuvas são mais constantes e, com isso, a trilha fica muito escorregadia e perigosa. Por outro lado, o frio não aperta tanto e a noite é mais confortável. Eu fui nessa época e, talvez por isso, tenha achado a trilha muito mais difícil do que imaginava.

Como é a trilha do Pico Paraná

Aí é que são elas. O trekking do Pico Paraná varia bastante entre terreno arenoso, lamacento, mata fechada, penhascos perigosos e troncos de árvores. Por isso,  é uma trilha que você não consegue fazer de forma rápida, além de ser bem longa. Trechos que precisam de muito cuidado e cautela exigem esforço físico, mental e, claro, tempo.
Em suma, é um trekking de nível difícil e você precisa ter preparo físico!
A trilha do Pico Paraná começa com uma subida em área arenosa e em meio à mata. Algumas pedras e partes ao sol faz a primeira hora parecer tranquila. Em seguida, você entra na parte mais fechada da trilha, com sombra, frescor, riachos. Mas aí também tem muita pedra, menos terreno regular, menos planície. A impressão é que às vezes não tem um caminho de fato. A trilha toda é demarcada com fitas brancas em troncos de árvores, o que te guia para o caminho certo. Por isso, não precisa ir com guia (mas há de convir que trilha guiada é sempre mais segura).
Aos poucos, a mata vai ficando mais fechada, árvores enormes e troncos emaranhados começam dificultar o caminho. Você passa por riachos, pedras grandes e íngremes que precisam de ajuda de ganchos e cordas (disponíveis ali). Além de troncos e mais troncos de árvores que fazem da trilha uma sobe e desce cansativo pra quem está com mochila cargueira. No meio da trilha você consegue água nos riachos, então não precisa levar reserva.
Depois de algumas horas caminhando no meio da mata e sem ter IDEIA de onde você está exatamente, logo avista-se parte da montanha. No meu caso, a neblina era tanta que via-se pouco dela. Nessa hora, achei que a subiria apenas no dia seguinte, depois do pernoite. No entanto, essa tal parte da montanha ainda era parte da trilha do primeiro dia. Foi, sem dúvida, complicadíssima por conta da lama e do terreno hiper escorregadio e marcou o trekking do Pico Paraná.
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Pois bem, após avistar as duas partes mais altas da montanha, você começa a descer até chegar no divisor de águas: o elevador. Para quem não sabe, elevador no caso do montanhismo, é a parte em que há ganchos presos em rocha muito íngreme para que possa subir usando mãos e pernas ao mesmo tempo. No caso do Pico Paraná, são 3 trechos seguidos do outro e, abaixo, um penhasco. Em tempo de chuva e neblina é muito arriscado, pois tudo fica bastante escorregadio e a visibilidade não ajuda nos movimentos que precisam ser certeiros e firmes, imprescindíveis para sobrevivência.
É uma parte bem complicada e não é qualquer um que se arrisca a fazer. Após passar esse trecho, uma série de subidas por pedras e rochas te levam, após uns 20 minutos a mais de caminhada, até o tão esperado Abrigo 2. a maior parte dos trilheiros que dormem nesse trekking optam por dormir ali, no Abrigo 2. Ele está a uma hora de trilha até o Pico, que por ter uma área pequena, limita o número de barracas possíveis.
O ideal é fazer essa trilha do primeiro dia com calma, dormir no Abrigo 2 e partir para ver o sol nascer no Pico Paraná. Infelizmente, pelo clima e tempo, não pude ir de fato até o Pico.

Como foi minha experiência nesse trekking

Confesso que fui achando que seria bem tranquilo. Primeiro porque eu tinha feito há pouco tempo a travessia da Serra dos Órgãos, de 3 dias. Segundo porque não achei muita informação a respeito das dificuldades reais da trilha.
Cometi o erro de começar um pouco mais tarde do que o previsto. A ideia era no máximo estar na trilha às 10 horas da manhã. No entanto, eu e Raquel (@horanaestrada), começamos apenas às 11h30.
A parte dos troncos e árvores demorou mais do que o previsto por conta da lama e da chuva. Ficamos um pouco receosas de estarmos atrasadas, mas felizes por estar no horário de verão e, por isso, com o entardecer um pouco mais tarde.
Quando cheguei no trecho do elevador (que pelos relatos e fotos não parecia ser tão difícil) vi a vulnerabilidade em que eu me encontrava. O desespero que eu estava controlando bateu e eu repeti algumas vezes que ali eu não subiria. O problema é que não havia outra possibilidade. Não tinha como voltar, porque mais de 5 horas já tinham passado, não haveria luz para retornar na trilha. Ao mesmo tempo, eu não podia ficar ali parada, esperando a o tempo passar. Em suma, eu precisava seguir. Respirei fundo e segurei nos ganchos como fio da minha vida. Uma mochila nas costas de cerca de 13 kg também não ajuda você a se sentir seguro, mas era preciso seguir.
Com respiração profunda, atenção máxima e movimentos calculados, passamos pelo trecho longo de elevador debaixo de chuva, neblina e pedra escorregadia. Depois desse trecho tenso e, por alguns minutos, desesperador, não via a hora de chegar. Há ainda uma boa subida por pedras até chegar ao esperadíssimo abrigo 2.
Chegamos exaustas, famintas e escolhendo o lugar menos pior para montar a barraca debaixo de chuva, ambas encharcadas. Não tivemos como cozinhar por conta da chuva forte, comemos algumas coisas que ainda tínhamos e tivemos uma noite longa, fria e exaustiva.
Não consegui de fato ir até o Pico Paraná pois precisava voltar à civilização ainda à tarde para pegar meu voo. Sim, acredite se quiser, fiz um bate e volta até o Abrigo 2, basicamente. Se resolvesse ir até o Pico, correria o risco de não chegar a tempo para o voo de volta. pelo menos o dia amanheceu mais aberto e pudemos ver, pela primeira vez, o visual ao redor. Impressionante como fazer trekking de montanha em neblina não nos dá a dimensão de onde estamos e do que subimos. Enfim, depois da tempestade sempre vem a calmaria…
Desmontei tudo, comi, coloquei a mochila nas costas (muito mais pesada porque tudo estava molhado) e segui trilha abaixo.
Todo aquele trajeto e aquela adrenalina de volta, pois agora era preciso descer os 3 trechos do elevador. A volta demorou cerca de 6 horas e confesso que no final eu já estava louca para chegar.
Para quem lê assim, parece não ter muito sentido… Mas viver uma experiência como essa é algo tão engrandecedor que fica difícil explicar em um texto. A superação dos seus limites, o controle psicológico, a força física, o empoderamento, a vivência em si, as paisagens, a auto observação e o equilíbrio emocional, são apenas alguns exemplos do que uma experiência como essa traz.
Saí dessa trilha uma pessoa muito mais forte do que aquela que comecei. Tive momentos muito difíceis,mas sou grata por cada dificuldade que passei ali. Essas vivências de trekking são para vida e, apesar de sofridas, viciam!

O que levar na Mochila

Eu já fiz um post sobre o que levar na mochila de trekking, e também falando sobre equipamentos de trekking que são essenciais. Apesar disso, vou listar algumas coisas indispensáveis pra quem ainda não entende muito do assunto:

  • snacks;
  • água;
  • protetor solar;
  • lanterna de cabeça;
  • boné/chapéu;
  • óculos de sol;
  • kit de primeiros socorros

Agora, quanto às roupas, o que recomendo:

  1. calça térmica: as calças segunda pele são adequadas para manter a temperatura corporal. Indico a Warm Tight, da The North Face, que, além de ajudar a aquecer, tem a tecnologia FlashDry, que permite a evaporação do suor com facilidade.
  2. 1 top
  3. blusa térmica: a blusa segunda pele da The North Face, também da linha Warm, segue o mesmo padrão de confecção e é excelente para o Monte Roraima.
  4. Meias: a meia Hike Light Crew é perfeita para trilhas longas: seca rápido por ser de lã, costuras baixas e um arco de compressão em volta do pé, que dá suporte e conforto.
  5. Roupa extra para dormir
  6. 1 anorak: a Jaqueta Resolve 2 Triclimate é ótima, pois é um isolamento térmico de baixa intensidade, tecido impermeável e forro interno, criada para aguentar climas severos.
  7. Havaiana
  8. Bota: o ideal é verificar, dentre as opções de bota, as que têm solado que vibram, pois têm ótima aderência a solos escorregadios.
  9. Gorro: não há muito critério, então escolha o que achar mais interessante no site da The North Face.
  10. Luva: a luva Apex+ é muito boa para a ocasião por não proteger dos ventos e proporcionar uma leve aquecida.
  11. Saco estanque.
  12. Sacos ou zip lock para evitar que as roupas fiquem molhadas.

Lembrando da dica de ouro: tudo o que você leva na mochila é peso, por isso, otimize o que é de fato indispensável! Se não, você mesmo quem terá que arcar com as consequências de carregar uma bagagem pesada.

Quanto tempo leva para subir o Pico Paraná?

São cerca de 10 horas para fazer o trecho de ida e volta do Pico Paraná, tempo que pode variar de acordo com o tempo na data do trekking.

Em qual cidade fica o Pico Paraná?

Fica entre Antonina e Campina Grande do Sul, no Paraná.

Luisa Galiza

Veja os comentários

    • rsrs olha..... diante de tantos lugares pra subir nesse Brasil... não sei se encaro o Pico Paraná de novo por agora não....kkkk

      • Oieee,trilhas sempre é certo levar piolet e crepom,arnês e um lonje,da super poderes por lá,sempre levo e a coisa centrifuga pra rochaobrigadaa por postar,e parabéns

  • Oi! Sou de Brasília! Amei seu relato! Já subi o Pico da Bandeira, o 3º mais alto do Brasil, e também foram em duas etapas... é muuuito difícil, mas vale cada dificuldade! Queria saber se em novembro é tranquilo pra ir, se chove essa época, ou se é só frio...

    • Oi Denia!! Ainda não fui no Pico da Bandeira, mas pretendo tbm!
      Em novembro não é muito bom bom por conta das chuvas.....

  • Ai meu deus!
    Eu já fiz algumas montanhas mas nunca com esses grampos de elevador.

    É subida 90º mesmo? Será que uma pessoa com medo de altura (quando é penhasco mesmo eu travo) consegue?

    Obrigada pelo relato! :)

    • Oi Ju!! Olha.. dá um medinho sim, mas lá na hora você supera ele!kkkkk Não chega a ser 90 graus não.. Não deixe de ir por esse receio, hein!!

  • Valeu Luísa!!!!
    Sempre vale a pena.
    Esse mês irei ao PP, seu relato ajudou muito. Sou de SC, por aqui temos bons lugares também para conhecer, quando quiseres estou às ordens.

    • Ah faça uma ótima trilha Marcelo!! Que bom que o post ajudou. E sim, preciso ainda explorar SC! :)

  • Tenho amigos que querem subir a noite , mas depois do seu relato acho que estou desistindo nesse momento rs.

    • Gis, tem gente que começa de noite mesmo pra fazer um bate e volta. Eu acho MUITO complicado, mas é possível sim, ainda mais se o tempo estiver bom. As partes mais difíceis você pegará já com sol! Mas tem que estar preparada, viu...

  • Oi pessoal.
    Já fiz bate e volta 4 vezes no PP.
    .o mais importante é observar a previsão.
    E com certeza ir no inverno.
    A chance de ter sucesso e quase 100%

  • Fiz um ataque Base-PP nesse fds, inicialmente o plano era o Marumbi, qual fomos impedidos de entrar por conta da falta da carteirinha de vacinação de um dos integrantes, exigência quanto a febre amarela. Saímos de lá direto para a serra do Ibitiraquire, partimos 1:40 de sábado e chegamos ao cume do PP as 6 da manhã, contemplamos o amanhecer e nascer do sol, ficamos cerca de 3 horas lá recompondo as energias e voltamos em um ritmo mais tranquilo. Já fiz algumas vezes o trajeto, deve-se ter um excelente preparo físico para suportar a pesada trilha.

  • Ótimo post! Para quem quer dormir no cume nesta época, se não chegar até as 13:00, dificilmente encontrará lugar para acampar. Não cabem muitas barracas e neste período a trilha fica bem movimentada.
    Ao lado da Fazendo Pico Paraná (alguns metros a frente com entrada a esquerda) tem a Fazenda/Chacará Rio das Pedras, onde a entrada é R$ 10,00 por carro, ficando muito mais barato que a Fazendo Pico Paraná que cobra R$ 15,00 por pessoa.

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