Bolívia

Cochabamba – Veja o que fazer nessa cidade boliviana

Santa Cruz de La Sierra é a porta de entrada na Bolívia para muitos brasileiros que vão de avião, ou porque as passagens são baratas, ou porque os mais aventureiros vão pelo Trem da Morte até Puerto Quijaro e seguem para Santa Cruz. De lá, pega-se um ônibus até Cochabamba.

Conhecendo Cochabamba em 2 dias

É nesse momento que você percebe a desorganização que é o sistema de transporte e quão perigosas são as estradas bolivianas. Já tinha lido a respeito e digo: não é brincadeira não. Sem contar o trânsito caótico e a sinfonia de buzinas 24 horas por dia.

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Rodoviária

Cochabamba é uma cidade fundada em 1542, que fica na rota mais direta entre Santa Cruz de la Sierra e La Paz. Situada a um pouco mais de 2.500m é uma ótima opção para quem chega à Bolívia por terra, pois permite uma adaptação gradual à altitude.

Do ponto de vista turístico, a cidade perde para La Paz, mas apresenta aspectos mais interessantes. Os prédios são coloniais, tem um mercado de índios enorme e riquíssimo, paisagens bonitas e é um importante centro universitário.

Onde fiquei:

Fiquei no Apart Hotel – BTP City Apartments na Ladislao Cabrera E-157. O hotel é bem simples, mas atendeu às necessidades. O mais interessante dele foi a localização, tendo em vista que estava perto da Praça 14 de Setembro e do Marcado La Cancha.

Minha reserva foi feita pelo Booking; muitas vezes pesquiso os pontos turísticos mais importantes e procuro algum hotel perto dessa área, ou escolho um bairro mais alternativo e movimentado para estadia. Essa escolha foi pela localização.

Cochabamba Dia 1:

O hotel que fiquei não tinha café da manhã, então ao acordar e sair às ruas, encontram-se diversas cholas vendendo pães artesanais a preço de banana. Os pães são deliciosos! 

Segui para Plaza 14 de Setiembre, que é a principal de Cochabamba, preservada em seu estilo original e bastante movimentada, principalmente à noite. É onde você deve se hospedar. Na praça fica a Catedral de San Domingos, do século XVI. 

Caminhando pelas Calles de Lá, parei sem querer querendo em outra visita obrigatória: Mercado de La Cancha. Ele é interessantíssimo, uma vez que vende de tudo.

Mercado

O Mercado é um dos maiores da América Latina e, na verdade, La Cancha é uma área que compreende diversos mercados, feiras, tendas e espaços de venda. Fica ao lado da estação de trem e a três quadras da estação de ônibus.

Passei um bom tempo na feira, pois fiquei encantada com as cores, os cheiros, a diversidade de produtos, as novidades e a cultura enfervecendo naquele espaço, afinal, estava no meu primeiro mochilão e tudo era sempre muito novo e intenso.

Ruas Cochabamba

Saí extasiada e fui para o Museo Arqueologico da cidade. O museu possui um acervo interessantíssimo de peças arqueológicas quéchuas e aimarás, composto de cerâmicas, armas e múmias. 

Uma coisa importante a ser dita sobre as cidades da Bolívia: lá existe a tal sesta, de verdade. Geralmente as lojas, mercados e atrações ficam fechadas das 12 às 15 horas. Ou seja, o pessoal sai pra almoçar e tira aquela famosa cochilada depois do almoço. Muita coisa fechada para turista não é bacana, afinal, e se você estiver na rua querendo conhecer lojas, comer, entrar em museus… Acaba meio prejudicado.

À noite saí para conhecer a Plaza Colón e Passeio del Prado. Sente por ali e tome uma boa cerveja local.

Cochabamba Dia 2:

Acordei me sentindo um pouco mal por conta da altitude. Achei que ia passar batido por isso, só que não. Sempre fui do esporte, pratiquei muitos anos de natação, sempre tive uma alimentação saudável e achei que não sentiria muito os males da altitude (soroche). Mas, de fato, sentir-se mal é inevitável. Tive náuseas, um pouco de dor de barriga e dor de cabeça. Quando tomei o café da manhã já fui atrás de folhas de coca tanto pra chá quanto para mastigar. Se quiser saber um pouco como se prevenir disso, clique aqui.

As folhas de coca têm propriedades analgésicas que foram descobertas pelos incas. Os efeitos do alcalóide (cocaína) podem aplacar a fome e a fadiga e ajudar na recuperação do soroche. O gosto é ruim, mas é melhor do que o mal-estar que você sente.

Tentando me recuperar da exaustão matinal que tive, resolvi caminhar para ver se circulando eu me sentia melhor. Fui até o Cristo de la Concordia a pé. Foi uma boa caminhada, respiração ofegante, um pouco de mal-estar ainda, mas foi essencial para aclimatar. 

Cristo

Teleférico

Você chega de teleférico ou por meio de trilha. Essa segunda opção era absolutamente inviável. Com certeza teria um corpo estatelado na trilha e seria o meu. Subir aquele morro passando mal seria um castigo. Por mais que eu quisesse fazer um exercício físico, naquele dia não teria como. Por razões óbvias, fui de teleférico. Como era final de semana, tinha uma fila considerável, portanto, se puder ir dia de semana, certamente será mais vazio.

 

O Cristo de la Concordia é uma espécie de Cristo Redentor local com traços indígenas, bem interessante. Lá de cima tem uma vista linda da cidade e das montanhas em volta de Cochabamba. Vale demais o passeio.

Cristo

Segui para Heroínas de la Coronilla – Colina de San Sebastian. O monumento homenageia as mulheres de Cochabamba que lutaram contra os espanhóis na batalha de 27 de maio de 1812. Do local, tem-se vista panorâmica da cidade.

À noite fui com mochila e cuia para o terminal rodoviário da cidade partir para La Paz. Pense novamente no caos decretado. Milhões de empresas, gente gritando por passagens mais baratas, mochileiros correndo pra lá e pra cá…

Existem diversas empresas que fazem esse trajeto durante quase todo o dia. Não vale a pena comprar com antecedência, pois nem sempre cumprem o acordado. A viagem dura cerca de 7 horas, e lembre-se que estará saindo de 2.500 m de altitude para 3.660m. Ou seja, estará subindo e ainda há a possibilidade de sentir mal. Mas vá na fé e espere mais um pouquinho para aclimatar. Nada que o tempo não resolva. 

De maneira geral, achei uma cidade bem agradável e leve. Se tiver tempo e puder passar, ótimo; se não, vá para as cidades principais otimizar seu tempo!

Só não esqueça de fazer o seu seguro viagem!


*Confira outros posts sobre a Bolívia*


Luisa Galiza

Veja os comentários

  • Parabéns pelo blog, fascinante e muito informativo, hoje estou aqui pesquisando um mochilão e imaginado fazer uma viagem sabática, minha vida toda se resumi em trabalhar e viver para minha família, hoje com 57 anos morando em SP capital coisa que eu detesto, resolvi pegar algumas coisas e conhecer um pouco do mundo.
    Por favor preciso de algumas informações básicas, vc pode me dar uma ideia de quanto dinheiro vou precisar para uma aventura igual a sua ? uma simples ideia para ter um numero como ponto de partida, o resto só tempo dirá, pretendo ir pra Bolívia e justamente pelo "Trem da Morte" é algo que trago no coração desde os tempos hippie, pretendo ir até o Chile, Talvez a Argentina, Muito obrigado Parabéns mais uma vez

  • Boa tarde queria poder conversar com vc direito e principalmente a possibilidade de ir estudar aí.

  • Boa tarde Luisa, queria umas dicas a mais para essa trip de corumba ate Machu Pichu.....qual a melhor época , onde se hospedar e tudo mais , valeu

    • Oi Rogerio, tudo bem? A epoca depende, entre junho e setembro é uma época boa, pois quase não chove. Mas por ser inverno, é bastante frio. Entre novembro e fevereiro é mais quente mas corre mais risco de tempos nublados e chuva. Onde se hospedar, depende de qual lugar vc pararia...

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