Aclimatação: O que você precisa saber sobre o mal da altitude!

Viajar nos proporciona experiências incríveis e grandes aprendizados, certo? Pois bem, depois de algumas idas a lugares de grande altitude, aprendi duas coisas:

Primeiro, sentir-se mal é inevitável.
Segundo, estar bem informado, faz toda a diferença.

Por que falo isso?
⇒ A primeira vez que fui para uma cidade alta foi na Bolívia, em Cochabamba, com cerca de 2.500 metros de altitude, não tive interesse em ler sobre os males da altura. Fui achando que era atleta e que seria moleza.
Bem, logo de cara levei uma banda da vida. Dores de cabeça, náuseas e uma dor de barriga sem fim (ok, acho que isso foi o leite!). Um caco em pessoa.
Após alguns chás de coca, resolvi fazer o passeio do dia até uma colina. Corajosa e neófita, depois da bela caminhada pela cidade, fiquei dois dias sentindo muito os sintomas e a bonita teve que readaptar toda a programação da viagem.

Veja bem, não fui precavida, não li a respeito e achei que era forte. Só que não.

⇒ Outra experiência foi em uma segunda ida ao Deserto de Atacama. Escolhi a ordem dos passeios de acordo com as respectivas altitudes, para ir subindo e conhecendo os paraísos gradativamente. Coisas que você só leva em consideração depois de uma certa idade e certa experiência. Mas vi muita gente passando mal e deixando de curtir paisagens absolutamente maravilhosas.

Mas olha, posso estar falando tudo isso aqui e você ir para 5.000 metros e não sentir muita coisa. Ok, meus parabéns!!

Então… Altitude não é brincadeira e tira nosso fôlego, literalmente!! O ar rarefeito pode provocar diversos sintomas desconfortáveis que podem impactar na sua viagem. Se você pretende viajar para algum lugar de grande altitude pela primeira vez, considere ler esse post até o final para entender um pouco mais sobre o assunto e ver como a aclimatação faz parte do processo!

Quando chega-se a um lugar com mais de 2.000m de altitude, o ar já se torna um pouco mais rarefeito e você pode sentir alguma coisa dizendo que seu corpo não está 100%. Geralmente é uma ligeira falta de ar, náuseas, as vezes tontura e/ou uma dor de cabeça incômoda.

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Não adianta ser atleta, ter um bom condicionamento físico e boa alimentação. Os efeitos da altitude podem chegar para qualquer cidadão. Sorte a sua se não sentir nada, pode ter certeza que está entre a exceção.

Mas por que a altitude pode causar esses efeitos?

Quando estamos no nível do mar ou um pouco acima dele, a porcentagem média de oxigênio no ar é de 21%. Com o aumento da altitude, a quantidade de moléculas de oxigênio cai, ocasionando em uma densidade menor por espaço. Isso faz com que nosso cérebro tenha dificuldade de manter a agilidade mental e que o coração se esforce mais para bombear oxigênio para o corpo. Esse trabalho a mais do nosso organismo pode sobrecarregar o sistema cardiorrespiratório e vascular. Por isso podemos sentir alguns sintomas decorrentes do esforço do nosso corpo e da falta de uma oxigenação “normal”.

A melhor opção para evitar esse mal-estar é a aclimatação

A aclimatação consiste em “acostumar” o seu corpo àquela altitude e, para isso, a melhor alternativa é aguardar alguns dias em uma cidade base para seu corpo começar a produzir mais hemácias e consequentemente oxigenar mais. Minha sugestão, depois de algumas experiências na altitude, é programar sua viagem com destinos de cidades mais altas gradativamente.

Pense que além de conhecer mais lugares você vai preparando seu corpo e vai poder aproveitar mais sua viagem. Se você vai fazer os passeios incríveis do Deserto do Atacama, primeiro conheça a cidade de São Pedro com calma. Dê tempo para o seu corpo se acostumar, a aclimatação é essencial pra uma viagem saudável.

Se não tem como ir para outras cidades e já vai direto para uma bem alta, pense que nos primeiros dois dias vale fazer passeios mais amenos, que exijam menos do seu corpo e da sua condição física. Leve alguns remédios para enjoo e dor de cabeça (podem realmente ser úteis) e alguns chás locais também podem ser uma boa alternativa.

Se for para a região andina, mastigue ou tome chá de folhas de coca. Não é droga, não faz a cabeça e é legal! Só não é gostoso!
Faz parte da cultura local, os nativos a utilizam há milhares de anos! Quando você observar pessoas andando com um bolo dentro da boca e com a bochecha enorme, ali tem um tanto enorme de folhas que nem imagina! Os efeitos do alcalóide podem diminuir a fome e a fadiga e ajudam na recuperação do soroche (mal da altitude). 

Outra dica é evitar bebidas alcoólicas, tomar bastante água e comer comidas leves.
Qualquer coisa que pese no seu estômago ou álcool que pode te dar ressaca e desidratar, não vai te fazer bem, certeza!

E relaxe, o mal-estar pode vir e durar algumas horas ou dias, mas lembre-se que isso faz parte de uma viagem incrível que você está fazendo e tudo o que veio vai!

Uma hora você vai se sentir melhor e poderá aproveitar ao máximo o destino que estiver. O importante é estar bem informado e ir leve na viagem 😉